Lavar bem as mãos salva vidas sem condão

Lavar bem as mãos salva vidas sem condão

Curiosamente, corria o ano de 1840, quando um médico húngaro, chamado Ignaz Semmelweis, afirmou que, caso os médicos tivessem o cuidado de lavar bem as mãos, antes de realizarem os partos ou de tratarem os seus pacientes, a probabilidade da população sobreviver seria mais elevada. Efetivamente, este cientista estava correto, mas os seus colegas opinaram que não e, infelizmente, o médico revolucionário foi enclausurado num manicómio, onde acabou por falecer, mais tarde, devido à infeção das suas feridas. Este facto corrobora a teoria que relaciona a falta de higiene e a mortalidade.

No entanto, atualmente, está provado que lavar bem as mãos com água e sabão é um hábito muito importante, tendo sido declarado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como um processo de higienização precioso e fortemente eficaz, no que diz respeito à desinfeção das mãos e, consequentemente, ao bem-estar do organismo humano.

Ora, isto deve-se, exatamente, ao facto de as nossas mãos contactarem com um leque vastíssimo de materiais diferentes, ao longo de um só dia, nos quais existem incontáveis agentes infeciosos e seres microscópicos, ou seja, seres que são invisíveis a olho nu, mas que podem provocar desregulações biológicas no nosso corpo, levando-nos, em casos extremos, à morte, por falência dos órgãos internos.

Desta forma, vírus, bactérias e outros microrganismos nefastos podem, facilmente, residir nas nossas mãos. Por isso, quando as lavamos com água e sabão, garantimos a sua integridade, no que respeita à existência de organismos estranhos.

COVID

Relativamente ao Coronavírus, também conhecido como SARS-CoV-2, permitam-me que vos explique a nomenclatura do vírus. Fisicamente, ele é constituído por duas partes, que são a cápsula e o material genético (que está dentro da estrutura protetora enunciada), neste caso, o ARN (ácido ribonucleico). No entanto, na sua cápsula, que é formada por uma bicamada de fosfolípidos (solúveis em álcool), existem moléculas de glicoproteína, que formam estruturas em forma de coroa. Daí o seu nome!

No que diz respeito aos métodos de combate, o sabão, ao contrário do que muitos cuidam, é mais eficaz do que alguns produtos de base alcoólica na eliminação dos agentes patogénicos. Este facto é verídico, pois o sabão tem como função, neste caso, desmantelar a membrana lipídica, onde estão inseridas as proteínas responsáveis pela ligação do vírus às células, impossibilitando, assim, a sua entrada nas nossas unidades funcionais e estruturais e a sua consequente reprodução.

Microscopicamente, o sabão é formado por inúmeras moléculas, as quais apresentam uma parte polar e uma outra extremidade apolar. A parte apolar (também conhecida como cauda hidrofóbica – não gosta de água) liga-se à gordura do invólucro do vírus, enquanto que a parte polar (cabeça hidrofílica – gosta de água) interage com a H2O. Desta forma, pode afirmar-se que o vírus é destruído (note-se que não se diz morto, visto que um vírus não é considerado um ser vivo), devido à separação dos seus constituintes biológicos, o que possibilitará à água arrastar os fragmentos deste para fora das nossas mãos, livrando-nos da possibilidade de sermos infetados, conforme se pode aferir na figura.

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Adaptado de Jonathan Corum and Ferris Jabr – New York Times)

Ademais, este produto de limpeza age de uma outra forma: quando o vírus se localiza nas nossas mãos, ele está protegido pelos resíduos celulares e até mesmo por células mortas. Assim, quando esfregamos as mãos com sabão, as células inertes e os resíduos celulares são eliminados, deixando, desta forma, o vírus exposto à radiação ultravioleta, proveniente, maioritariamente, do Sol, o que provocará, felizmente, a sua inatividade.

Relativamente ao álcool, é de salientar que a sua ação é importante, mas não é tão eficaz quanto a do sabão. Assim, o álcool deve ser usado como um complemento à higienização e não como o produto higiénico principal. No entanto, este promove também a eliminação das bactérias e dos vírus prejudiciais ao desempenho normal do organismo humano.

Deste modo, se lavarmos as nossas mãos com sabão, de forma adequada, conseguiremos neutralizar os agentes malfeitores e, como é óbvio, quantas mais vezes as lavarmos, mais seguros estaremos.

Além disso, o ato de higienizar as mãos, através de uma lavagem simples e curta, é tão importante e benéfico para a saúde pública que existe uma data internacional (o dia 15 de outubro), na qual todos os países comemoram o Dia Mundial da Higiene das Mãos, elucidando as suas populações para o facto de que higienizar as mãos é algo assaz importante e, realmente, vital.

Se ainda não bastassem os factos supra citados para convencer o leitor da importância da lavagem, está provado que lavar as mãos pode reduzir, até cerca de 40%, as infeções epidemiológicas, segundo a OMS.

No entanto, não basta apenas passar o sabão nas mãos, juntamente com a água. É necessária uma lavagem cuidadosa, a fim de neutralizar qualquer agente patogénico. Por isso, quando lavamos as mãos, devemos ter o cuidado de esfregar ambas as palmas, esfregar cada dedo, individualmente, e, por último, mas não menos importante, limpar as pontas dos dedos, com o auxílio de uma das mãos, tal como é explicado, visualmente, na imagem seguinte.

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Por fim, gostaria de destacar o seguinte: o ser humano tem a possibilidade de não ser infetado pelo SARS-CoV-2, caso lave, frequentemente, as suas mãos. Atualmente, a única forma de contágio (visto que estamos isolados socialmente) é levarmos as nossas mãos contaminadas junto das mucosas, atitude que propiciará a infeção. Logo, é imperativo que tenhamos em atenção determinados gestos, que, por vezes, são quase involuntários e impercetíveis, mas que podem ter um papel decisivo no contágio.

Assim, sejamos, tal como a DGS apela, agentes da saúde pública, promovendo a tranquilidade e a autonomia da nossa comunidade, através da difusão e do emprego de bons hábitos de higiene, tal como lavar bem as nossas mãos regularmente!

Imagem nº3 -ARTIGO

Faz como o Cascão e escolhe uma boa opção!

Salvar vidas está nas tuas mãos!

 

Rafael Madeira – 10ºC3

(artigo corrigido, rigorosamente, por duas professoras da ESLC)

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