A tourada é um dos espetáculos mais antigos do mundo. A sua arte chama-se tauromaquia e tem um maior enraizamento no Alentejo e no Ribatejo, mas conta com aficionados no país inteiro.
Desde tempos imemoriais a tourada é um espetáculo cultural. Os celtiberos, que habitaram a Península Ibérica, desde finais da Idade do Bronze, no século XIII a.C., tinham o hábito de produzir rituais em que matavam os touros na arena para oferecerem o sacrifício aos seus deuses. É daí que virá este costume, que é comum a Portugal e Espanha, embora com características diferentes num país e noutro.
Na tourada à moda portuguesa, o cavaleiro lida com touros bravos, arriscando a sua vida apenas para criar arte e audiência. Trata-se da parte mais nobre do espetáculo, pois os cavaleiros ainda se vestem com os trajes da época e só os mais ricos toureavam a cavalo. O povo pegava o touro de caras, sem a proteção do cavalo e veste-se ainda hoje como os campinos do Ribatejo se vestiam na altura.
Existem vários tipos de tourada: as corridas de touros à portuguesa, a corrida de matadores, a corrida de touros mista e as novilhadas ou garraiadas. Porém, se nas garraiadas populares o touro não é agredido fisicamente, o mesmo não sucede nas touradas com cavaleiros e toureiros de espada. Nestas ocorre um verdadeiro massacre do animal com farpas e, no final, com a morte em arena (proibida em Portugal).
Ultimamente, tem ocorrido grande polémica sobre a importância de se manter esta tradição portuguesa ou sobre a necessidade de defender os animais. Os defensores dos direitos dos animais pretendem abolir as touradas e os aficionados defendem-na em função da necessidade de manter as tradições populares. O que será então mais importante?
Julgo que, embora as tradições exprimam questões culturais do povo, estas não podem ser mais importantes do que o sofrimento físico de homens e animais (na tourada, sofre o touro, sofre o cavalo e sofre o homem, quando é colhido). Além disso, é imoral e bárbaro que o sofrimento e sacrifício de seres vivos possa servir de entretenimento para o homem dos nossos dias.
Para o povo não quebrar a tradição e não haver polémicas como estas, podia optar-se mais pelas garraiadas, uma vez que nestas apenas se brinca com touro. Mas não podemos esquecer que a tauromaquia é negócio para muita gente e, neste caso, como em muitos outros, os interesses económicos falam alto: são os toureiros profissionais, os ganadeiros que fazem criação de gado bravo e os empresários do espetáculos. Porém, não é justo que os animais sejam criados só para servirem os interesses dos homens.
Concluindo, se as touradas fossem abolidas ou reduzidas, estávamos a ser um país com costumes menos bárbaros e evitávamos o sofrimento dos touros. As nossas tradições são tão ricas, de norte a sul, que o povo acabaria por encontrar outras diversões como teatros, romarias, festivais, tradições religiosas e outros eventos culturais. Os animais agradeciam!
Teresa 10º ano